26 de setembro de 2013

Thom Yorke faz disco envolvente em Amok

Só agora fui ouvir o novo projeto de Thom Yorke chamado Atoms for Peace. O que era apenas para ser sua banda de apoio em sua turnê solo acabou virando um grande projeto musical. Nesta nova banda, Thom Yorke tem a companhia de Flea do Red Hot Chilli Peppers no baixo, o produtor Nigel Godrich nos teclados, programações e guitarras, Joey Waronker, que já tocou com Smashing Pumpkins e Beck, na bateria e Mauro Refosco na percussão.


O disco Amok, lançado em março deste ano, segue a linha dos últimos trabalhos de Yorke, tanto com o Radiohead em seu último álbum King of Limbs, ou em seu disco solo chamado The Eraser. O som continua predominantemente eletrônico, fazendo fundo para as lamentações e esquisitices de Thom Yorke, com grande influência do som de bandas do Krautrock dos anos 70, como Can e Neu.

Neste disco, porém, ao contrário de King of Limbs, (que até hoje não consegui definir se gostei ou não) Yorke consegue criar um clima mais envolvente e mais inspirado do que seu último álbum com o Radiohead. Os arranjos, basicamente só com bateria eletrônica e efeitos, fazem uma base que combina perfeitamente com as harmonias vocais de Yorke.


Um dos destaques do disco é a música “Ingenue”, que ganhou um clipe em que Yorke mostra seus dotes de dançarino, ao lado de uma versão feminina sua:



Flea deve ter participado deste projeto pelo fato de ser um som totalmente diferente daquele que ele toca no Red Hot Chilli Peppers, (uma banda que cada vez mais faz música sob encomenda para as rádios). Ele tem neste disco uma função bem diferente do que em sua banda principal. Aqui em vez de fazer um som funkeado, faz uma base sólida com seu baixo, com progressões muito interessantes, que casam muito bem com a sonoridade do disco.


Outro diferencial do disco é a parte percussiva, que fica a cargo de Mauro Refosco. Na música “Unless”, a marcação lembra um pouco um baião, tocado de uma forma mais acelerada. 




Realmente o disco Amok deu liga, graças também ao grande entrosamento dos integrantes, que mesmo com estilos diferentes conseguiram criar um belo álbum. Agora é esperar para ver se Yorke segue com o Radiohead ou se aventura em uma nova empreitada musical. 









2 comentários:

  1. Eu ainda não tinha ouvido nada desse projeto, mas acabei de ouvir essa Ingenue e achei muito boa. É muito mais bem resolvida do que qualquer coisa do King of Limbs. Depois ouço as outras com mais calma, mas fiquei com uma ótima primeira impressão. E o seu texto está muito bem escrito! Abraço!

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  2. Valeu Milton! Realmente este disco me surpreendeu porque fiquei um pouco decepcionado com o King of Limbs. Abraço!

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