29 de novembro de 2013

Os melhores discos de 2013 (Parte 1)

2013 não foi um ano fácil para a música. A MTV Brasil acabou, picaretagens como Anita, Naldo e Miley Cyrus ganharam cada vez mais espaço na mídia, enquanto artistas novos com qualidade se matam no underground para conquistar seu lugar ao sol.

Mesmo com tantas adversidades, alguns artistas conseguiram se destacar em meio a este marasmo, em sua maioria artistas consagrados, que tiveram que ressurgir das cinzas para mostrar para a nova geração como se deve fazer música. Vamos então começar a eleger segundo o blog, os melhores discos lançados este ano.


David Bowie – The Next Day


Fazia dez anos que o bom e velho Bowie não lançava um álbum de músicas inéditas. Seu último trabalho de estúdio tinha sido o disco Reality de 2003. Depois de vários rumores sobre o estado de saúde do cantor, saiu este ano o disco The Next Day e Bowie não decepcionou.

Bowie ficou dois anos em silêncio compondo e gravando as bases para este disco junto com o produtor Toni Visconti. Na capa do disco, brinca com a clássica capa do disco Heroes de 1977, colocando um quadro branco escrito o nome do disco novo sobre a icônica foto. Se em discos clássicos como Ziggy Stardust e Alladin Sane, Bowie assume outros personagens para cantar suas músicas, neste novo álbum ele prefere não criar nenhum personagem, nem mostrar sua cara na arte do disco, fazendo que as músicas falem por si só. 

Logo na primeira música, que leva o nome do disco, Bowie declara “"Aqui estou / Não propriamente morto / Meu corpo deixado para apodrecer numa árvore oca", dando a ideia da força das novas músicas, que estão impregnadas em suas letras de reflexões sobre a fama, problemas de saúde e depressão.

Em “Stars (Are out tonight)”, Bowie critica os artistas em geral que fazem de tudo pela fama, mas no fundo invejam a vida simples das pessoas “normais”. O disco ainda tem pérolas pop como “Valentine´s day” e “Boss of me” e belíssimas músicas reflexivas como "Where Are We Now?" e "You Feel So Lonely You Could Die". The Next Day foi considerado o melhor trabalho de Bowie em anos e em apenas uma semana chegou ao topo da parada britânica de discos mais vendidos. Valeu a pena tanto tempo de espera. 










Alice in Chains – The Devil Put Dinossaurs Here


São poucas as bandas que conseguem se reerguer após a perda de um vocalista. O Alice in Chains teve que passar por um processo de reconstrução após a morte de seu grande vocalista, Layne Staley em 2002, devido a uma overdose de drogas.

William Duvall foi escolhido em 2007 para ser o novo vocalista da banda, para dividir as harmonias com o guitarrista Jerry Cantrell. O que tinha tudo para dar errado deu liga e banda lançou um ótimo disco em 2009, Black Gives Way to Blue, com várias referências a perda de seu vocalista original. Duvall segurou bem a bronca e deu segurança para que Cantrell pudesse tocar e cantar com mais desenvoltura.

Este ano a banda lançou um novo disco, The Devil Put Dinonossaurs Here, que traz a sonoridade característica da banda, rocks densos e arrastados, com muito peso e também algumas delicadezas acústicas. O grande destaque do disco é Cantrell, que é capaz de fazer riffs colossais (como em “Stone” e “Hollow”), solos com belíssimos timbres, como por exemplo, em “Low Ceilling" e cantar na maioria das músicas, mostrando grande desempenho vocal, principalmente nos momentos mais calmos como em “Voices” e “Scalpel”.

Com este álbum, o Alice in Chains demonstra que a nova formação veio para ficar e que pode dar continuidade a bela discografia do grupo. A banda está em ótima forma e ainda veio ao Brasil este ano, fazendo shows competentes no Rock in Rio e em São Paulo. Com certeza um dos destaques musicais de 2013.












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