28 de janeiro de 2015

Parallel Lines – O disco definitivo do Blondie

A banda nova iorquina Blondie surgiu em 1974, em meio à efervescente onda punk, se tornando figura frequente no lendário CBGB´s, casa de shows que também foi palco de diversos shows clássicos do Ramones. Seus dois primeiros discos, Blondie, de 1976 e Plastic Letters de 1978, foram bem recebidos pela crítica e pelo público, mas não resultaram em grande sucesso comercial.


Com a linda e carismática Debbie Harry nos vocais, o guitarrista e namorado Chris Stein, Clem Burke na bateria, Jimmy Destri nos teclados, Nigel Harrison no baixo e Frank Infante na outra guitarra, a banda foi ao estúdio em 1978 para gravar seu terceiro disco, com a produção de Mike Chapman. As gravações foram complicadas, devido a forte personalidade de Harry e a imaturidade dos outros integrantes, fato que deu muito trabalho para o produtor, que forçava os integrantes a gravarem várias vezes suas partes, até atingirem o melhor resultado possível.

Todo este esforço e perfeccionismo de Chapman valeram a pena. Paralell Lines foi lançado em julho de 1978 e se tornou o disco de maior sucesso do Blondie. Na capa uma foto dos integrantes de terno com um fundo preto e branco e Debbie lindíssima e elegante com um vestido branco e salto, com cara de brava. Alguns dos integrantes não gostaram da foto, achando que não tinha nada a ver com o estilo do grupo, mas a capa acabou virando um clássico do pós-punk e da new wave.

O Blondie neste trabalho começou a flertar de vez com outros estilos musicais, como a disco music, por exemplo, levando alguns fãs mais ortodoxos a se revoltarem com esta nova guinada musical. Mais para frente, em discos posteriores o grupo flertou ainda com o rap, o reggae, entre outros estilos, mostrando uma banda eclética e que não se conformava musicalmente.

O disco abre com a clássica “Hanging on the telefone” cover do grupo The Nerves. Uma música potente e energética, graças à força vocal de Debbie e a pegada punk/pop da banda, com riffs simples e certeiros de guitarra. “One way or another” é outro hit do álbum, uma música ao mesmo tempo dançante e roqueira. 



“Picture this” é pop e envolvente, enquanto “Fade away and radiate” é mais experimental e viajante, graças à guitarra de Robert Fripp, lendário guitarrista do King Crimson, que toca na música. “Pretty baby” é mais um hit do disco e lembra as bandas femininas vocais dos anos 60 e foi feita em homenagem à atriz Brooke Shields. “I know but I don´t know” tem uma pegada mais roqueira e bons vocais, encerrando o lado A do disco.

“11:59” tem uma pegada punk com teclados, assim como “Will everything happen”. “Sunday girl” é mais pop, com um suave vocal de Harry. “Heart of glass” é sem dúvida o grande destaque de Paralell Lines, uma paródia a disco music que deu muito trabalho para gravar, principalmente a parte da bateria. Uma canção irresistível que tem tudo que uma grande canção pop deve ter, suingue, batida dançante e ainda conta com um vocal leve e contagiante de Debbie, que parece que está cantando em uma espécie de sonho. 


O disco termina com as boas e pegajosas “I´m gonna love you too” e “Just go away”. Paralell Lines liderou a parada de sucessos por muito tempo e vendeu mais de vinte milhões de cópias, tornando-se um dos maiores discos da década de 70. O Blondie está na ativa até hoje e Debbie Harry e seus companheiros de banda são influência para diversas bandas no mundo todo.


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