A banda nova iorquina
Blondie surgiu em 1974, em meio à efervescente onda punk, se tornando figura
frequente no lendário CBGB´s, casa de shows que também foi palco de diversos
shows clássicos do Ramones. Seus dois primeiros discos, Blondie, de 1976 e
Plastic Letters de 1978, foram bem recebidos pela crítica e pelo público, mas
não resultaram em grande sucesso comercial.
Com a linda e carismática
Debbie Harry nos vocais, o guitarrista e namorado Chris Stein, Clem Burke na
bateria, Jimmy Destri nos teclados, Nigel Harrison no baixo e Frank Infante na
outra guitarra, a banda foi ao estúdio em 1978 para gravar seu terceiro disco,
com a produção de Mike Chapman. As gravações foram complicadas, devido a forte
personalidade de Harry e a imaturidade dos outros integrantes, fato que deu
muito trabalho para o produtor, que forçava os integrantes a gravarem várias
vezes suas partes, até atingirem o melhor resultado possível.
Todo este esforço e
perfeccionismo de Chapman valeram a pena. Paralell Lines foi lançado em julho
de 1978 e se tornou o disco de maior sucesso do Blondie. Na capa uma foto dos
integrantes de terno com um fundo preto e branco e Debbie lindíssima e elegante
com um vestido branco e salto, com cara de brava. Alguns dos integrantes não
gostaram da foto, achando que não tinha nada a ver com o estilo do grupo, mas a
capa acabou virando um clássico do pós-punk e da new wave.
O Blondie neste trabalho
começou a flertar de vez com outros estilos musicais, como a disco music, por
exemplo, levando alguns fãs mais ortodoxos a se revoltarem com esta nova
guinada musical. Mais para frente, em discos posteriores o grupo flertou ainda
com o rap, o reggae, entre outros estilos, mostrando uma banda eclética e que
não se conformava musicalmente.
O disco abre com a clássica “Hanging
on the telefone” cover do grupo The Nerves. Uma música potente e energética,
graças à força vocal de Debbie e a pegada punk/pop da banda, com riffs simples
e certeiros de guitarra. “One way or another” é outro hit do álbum, uma música
ao mesmo tempo dançante e roqueira.
“Picture this” é pop e
envolvente, enquanto “Fade away and radiate” é mais experimental e viajante,
graças à guitarra de Robert Fripp, lendário guitarrista do King Crimson, que
toca na música. “Pretty baby” é mais um hit do disco e lembra as bandas
femininas vocais dos anos 60 e foi feita em homenagem à atriz Brooke Shields. “I
know but I don´t know” tem uma pegada mais roqueira e bons vocais, encerrando o
lado A do disco.
“11:59” tem uma pegada punk
com teclados, assim como “Will everything happen”. “Sunday girl” é mais pop,
com um suave vocal de Harry. “Heart of glass” é sem dúvida o grande destaque de
Paralell Lines, uma paródia a disco music que deu muito trabalho para gravar,
principalmente a parte da bateria. Uma canção irresistível que tem tudo que uma
grande canção pop deve ter, suingue, batida dançante e ainda conta com um vocal
leve e contagiante de Debbie, que parece que está cantando em uma espécie de
sonho.
O disco termina com as boas
e pegajosas “I´m gonna love you too” e “Just go away”. Paralell Lines liderou a
parada de sucessos por muito tempo e vendeu mais de vinte milhões de cópias,
tornando-se um dos maiores discos da década de 70. O Blondie está na ativa até
hoje e Debbie Harry e seus companheiros de banda são influência para diversas
bandas no mundo todo.
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